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Crónicas de um utilizador frequente de transportes públicos em Portugal.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Crise do Capitalismo e da Segurança


Bem, nem sei por onde começar. Vamos por partes. Primeiro, sem dúvida, o que me fez parar a minha leitura normal de autocarro foi a frase "A crise do Capitalismo". Não é normal ouvir assim frases destas, principalmente quando se viaja no 56.

A senhora, educada, culta e já com os seus 50 e muitos anos, referia-se à nacionalização (e/ou salvamento e/ou resgate), dos gigantes Bancos Hipotecários Norte-Americanos Freddy Mac e Fannie Mae e ao patrocínio da Reserva Federal Americana (FED) na compra do Bear Sterns pela J.P. Morgan. Há medida que escrevo este texto, a FED resgata também da falência a segunda maior seguradora dos EUA, a AIG. Não me vou alongar no comentário deste botox financeiro pois é chocante demais. Após o comentário da Sra.50 e muitos, um castiço Senhor dos seus 60 e muitos, realça o facto de como esta situação poderá induzir à união dos diversos Estados-Membros da União Europeia. De facto esta crise (sticky) é internacional e alastra-se sem precedentes. Também referiu que o crescimento exponencial dos BRIC e China, com todo o potencial bélico que certamente virá de apêndice, fará os chamados países desenvolvidos desenvolver (passo a redundância) medidas mais fortes e estruturais de cooperação. Será que se estão a formar dois novos blocos?  Os outrora desenvolvidos e agora quase falidos – hipérbole eu sei - e impulsionadores da Globalização contra os beneficiários dessa mesma Globalização com recursos naturais e humanos em abundância – e agora a financiar/”ajudar” na crise dos primeiros. Spooky!

No segundo comentário do castiço Sr.60 este referiu a sua preocupação de actualmente passear à noite em Portugal. Dizia ele: - “Não é medo, é apenas uma ligeira preocupação” -. Depois explicou o porquê. “Como é possível que uma pessoa seja baleada (3 vezes) dentro da esquadra, por um indivíduo sobre o qual ia apresentar queixa, e a este, mesmo tendo tentado fugir, é lhe aplicada como medida de coacção: Termo de Identidade e Residência” - dizia ele. Fiquei parvo. Ficamos todos no escritório. Ninguém acreditou e disseram-me que isso seria impossível. Afinal como aqui se prova, este país está parvo.

Não posso deixar de me preocupar com o futuro, extrapolando a partir da história negra da ditaduras e ideologias extremistas que surgiram no passado. Ora vejamos: crise financeira internacional, intervenção do Estado como salvador, crise de segurança, policias e politicas fracas, emprego precário, nascimento de super potências sem especial preocupação de Estado Social e com necessidade voraz por recursos naturais (petróleo e afins…). Humm… cheira-me a esturro.

Aliás, tresanda a esturro: Indústria americana de armamentos floresce e ignora crise financeira global

Realmente não consegui fazer grandes piadas neste post. Mas também não é para menos… A coisa está preta…